Comunidade Amish:«Rumspringa»
(Trabalho de grupo)
No âmbito do estudo do tema «A cultura», foi pedido aos alunos que realizassem um trabalho de grupo acerca de diferentes práticas culturais. Em aula, juntamente com as minhas colegas Clara Gomes e Raquel Cruz, desenvolvemos uma pesquisa acerca da prática denominada «Rumspringa», que passo a descrever e integrar no estudo da cultura e da diversidade humana:
O «rumspringa»é um ritual de passagem para a adolescência, realizado em algumas comunidades Amish(Amish é um grupo religioso estabelecido nos Estados Unidos e Canadá. São conhecidos pelos seus costumes conservadores, como o uso restrito de equipamentos eletrónicos,por exemplo. São um grupo que é considerado a «ala radical» do cristianismo protestante, segregando-se intencionalmente da sociedade.)
Os jovens Amish vivem sem contacto com tecnologias e com várias restrições em termos de atividades que podem ou não realizar , o que os deixa completamente isolados da realidade que o resto do mundo vive na era digital. O «rumspringa» é um ritual que permite que estes jovens decidam se querem continuar a viver assim( inseridos na comunidade Amish, abstendo-se de fazer várias atividades e estando isolados) ou se querem sair da comunidade e viver outro tipo de vida(em contacto com o mundo exterior). Durante o «rumspringa»( termo que significa «correr por aí»), os jovens Amish( normalmente entre os seus 14 e 16 anos) têm a oportunidade de ter várias experiências que são diferentes do que é permitido dentro da comunidade e que são alheias aos valores da sua religião. São exemplos dessas experiências: Ter contacto com a internet, vestir roupas não tradicionais, conduzir carros elétricos, faltar ás orações, consumir bebidas alcoólicas e drogas, ter relações sexuais, etc.
No fim do rumspringa, os jovens Amish podem escolher se querem ser batizados dentro da religião Amish e continuar a sua vida repleta de restrições, ou se querem deixar todos os costumes e abandonar a comunidade. A maioria dos jovens escolhe continuar na comunidade, o que pode parecer bastante surpreendente para nós( pessoas com valores culturais completamente distintos dos deles) mas é um grande exemplo de como a cultura em que estamos inseridos influencia imenso o nosso desenvolvimento e como a diversidade humana é muito rica e vasta.
Os jovens Amish frequentemente escolhem regressar á comunidade depois do rumspringa, o que pode ser explicado por um «sentimento de pertença» que cresce com eles e com o facto de, durante a infância(socialização primária), eles serem criados num ambiente bastante fechado, em que os valores são incutidos e internalizados de uma maneira tão profunda que se tornam parte da sua personalidade. Assim sendo, devido ás referencias culturais que lhes foram incutidas durante a socialização primária, os jovens Amish estão habituados á realidade da sua comunidade restrita e, assim, sentem-se mais confortáveis ao regressar á comunidade e encaram isso como a decisão acertada.
Na nossa perspetiva ocidental , abdicar do contacto com as novas tecnologias, seguir tão rigorosamente dogmas religiosos e abdicar de certos prazeres mundanos, parece-nos algo inconcebível. Isto deve-se ao facto de que a nossa cultura(modo de pensar, agir, vestir, valores, crenças, tradições, etc. partilhada por um grupo de pessoas e transmitida de geração em geração)é completamente diferente da cultura e padrões culturais da comunidade Amish. Tudo isto evidencia que o mundo possui uma grande diversidade cultural, que permite-nos perceber até que ponto uma parte daquilo que somos é absolutamente inseparável do mundo em que crescemos.
Assim sendo, para concluir, os seres humanos são biológica e culturalmente muito distintos entre si, sendo o caso da comunidade Amish( mais especificamente o estudo do «rumspringa»), um ótimo caso de como a cultura difere no espaço e no tempo e pode influenciar bastante o desenvolvimento pessoal daqueles que integram as diferentes culturas.

Família da comunidade Amish.

Jovens Amish.

Rumspringa.
Fontes:
-Manual;
-Apontamentos do caderno diário- pesquisa de grupo realizada em aula;