Hemisférios do cérebro:

«Mito do hemisfério dominante» (Trabalho individual)

Enquanto estava a estudar o segundo capítulo do manual( o cérebro), mais concretamente, quando estava a estudar os hemisférios do cérebro, lembrei-me das seguintes afirmações que vejo a circular nas redes sociais acerca dos hemisférios cerebrais: "Cada pessoa tem um hemisfério dominante, as pessoas com o hemisfério esquerdo dominante são melhores em áreas como a lógica, a matemática e a linguagem(sendo mais analíticos e racionais), já as pessoas com o hemisfério direito dominante são pessoas mais artísticas, com interesse em música e artes plásticas (sendo mais criativas e intuitivas)", e questionei-me se de facto existe um "hemisfério dominante" em cada um de nós. Eis o que encontrei através de uma atenta pesquisa:

A partir das informações que recolhi, cheguei á conclusão que não existe um hemisfério dominante(segundo as mais recentes investigações nesta área) e esta formulação que apresentei no parágrafo anterior é a «teoria do hemisfério dominante», que não passa de uma suposição ou mito. As evidências científicas dizem-nos que, apesar de estar dividido em dois hemisférios(cada um deles com especialização funcional), o cérebro trabalha de forma sistémica e integrada, e não de forma independente. Para além disso, nada indica que por uma pessoa ter uma melhor capacidade linguística, por exemplo, o seu hemisfério esquerdo é dominante e representa uma maior atividade cerebral. Apesar da Área de Broca(produção da linguagem) estar situada no hemisfério esquerdo, isso não significa que atue sozinha, já que se sabe atualmente que o processamento da linguagem inclui várias regiões do cérebro, incluindo o hemisfério direito. 

Vários estudos foram feitos e todos indicaram que não há provas que suportem a teoria do hemisfério dominante. A título de exemplo, em 2013, um grupo de investigadores analisou o cérebro de 1011 pessoas(através de ressonâncias magnéticas) e concluiu que, apesar da atividade cerebral depender da tarefa que o indivíduo está a realizar, não existe um hemisfério dominante, não há pessoas com mais atividade num hemisfério do que no outro sistematicamente e os hemisférios trabalham de forma integrada, através do corpo caloso que permite a comunicação entre os dois hemisférios.

Além disso, é importante sublinhar que existem pessoas que são ,simultaneamente, analíticas e emotivas e artísticas e racionais. Sendo que a personalidade, vocação e áreas em que uma determinada pessoa é melhor, depende de vários fatores e não pode ser limitada á teoria errónea de que «tem x características porque o hemisfério esquerdo(ou direito) é dominante».

Assim, o mito do hemisfério dominante acaba por ser redutor e simplista, não tendo em conta a complexidade do cérebro e ignorando que o cérebro trabalha de forma integrada. Circulam nas redes sociais «testes de personalidade», que dizem qual o «hemisfério dominante» de acordo com as características de personalidade fornecidas pelas pessoas mas ,de facto, estes testes não têm suporte científico e representam uma divisão das pessoas em «duas classes», de maneira equivocada e limitativa.

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