Depressão
Uma doença silenciosa e, por vezes, fatal.
(Trabalho extra)

Neste separador farei uma breve exposição acerca da depressão, uma doença mental que muitas vezes é esquecida e ignorada por ser uma doença silenciosa.
Esta ideia surgiu ao reler o capítulo 3 da Parte 1 do livro «O erro de Descartes», quando estava a realizar o meu trabalho acerca do caso de Elliot e a hipótese do marcador somático(O caso de Elliot), pois deparei-me com a seguinte frase: «A distinção entre doenças do «cérebro» e da «mente», entre problemas « neurológicos» e «psicológicos» ou «psiquiátricos», constitui uma herança cultural infeliz que penetra na sociedade e na medicina. Reflete uma ignorância básica da relação entre o cérebro e a mente». Sendo esta ignorância básica cultural que leva muita gente a encarar doenças como, por exemplo, a depressão, como doenças a serem desvalorizadas, como se fosse um «fingimento» do doente e como se o mesmo é que tivesse responsabilidade do estado em que se encontra, sendo as pessoas portadoras da mesma infelizmente descritas como « preguiçosas» quando incapacitadas para realizar as tarefas quotidianas( que é uma das consequências da doença). Todos estes julgamentos sociais que se formam quanto a esta e outras doenças mentais e todos os estigmas que prevalecem dificultam, por vezes, o pedido de ajuda por parte dos doentes e podem contribuir para o aumento do sentimento de culpa e para o isolamento dos mesmos.
Como Damásio constata: « As doenças do cérebro são vistas como tragédias que assolam as pessoas, as quais não podem ser culpadas pelo seu estado, enquanto que as doenças da mente, especialmente aquelas que afetam a conduta e as emoções, são vistas como inconveniências sociais nas quais os doentes têm muitas responsabilidades.» Esta realidade, apesar de apresentar melhorias devido á crescente conscientização acerca do tema da saúde mental, ainda é atual e reflete-se no pensamento de muitas pessoas, que não compreendem que as doenças mentais são reais e mais comuns do que muitos pensam.
No caso concreto da depressão, corresponde a um quadro de tristeza e/ou diminuição do interesse ou prazer nas atividades(que difere das alterações normais de humor e sentimentos, uma vez que na depressão os sintomas apresentam uma maior intensidade e prolongam-se no tempo, afetando o desempenho global da pessoa). A depressão é uma perturbação afetiva que pode surgir em diferentes fases da vida. A causas subjacentes ao seu desenvolvimento são complexas e incluem a interação entre fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores como a serotonina e a endorfina, por exemplo, , que dão a sensação de conforto, prazer e bem-estar.
Na Europa estima-se que cerca de 40 milhões de pessoas sofram de depressão, sendo Portugal um dos países com maiores índices desta doença. Em Portugal, segundo dados do Eurostat, mais de 12% das pessoas com 15 ou mais anos vivem com esta perturbação, sendo mais frequente nas mulheres. O tema da saúde mental não pode ser esquecido perante números tão alarmantes no Mundo e , particularmente, em Portugal.

Assim sendo, para concluir , não posso deixar de reforçar a ideia de que a depressão e as restantes doenças mentais devem continuar a ser um tema abordado de forma crescente, de modo a que um número cada vez maior de pessoas tome consciência da realidade destas doenças e a empatia para com os doentes seja reforçada, de modo a que todos consigam recorrer ao devido acompanhamento e para que a doença não se torne fatal ( culminando no suícidio).
Fontes de pesquisa:
-Citações do livro «O erro de Descartes»;
-https://www.saudebemestar.pt/pt/blog/psicologia/depressao/;
-https://www.adeb.pt/files/upload/guias/a-depressao-e-uma-doenca-que-se-trata.pdf;
-https://ec.europa.eu/eurostat/en/web/products-eurostat-news/-/edn-20210910-1