A experiência de Mischel

(ou Teste do Marshmallow)

(Trabalho individual)

No âmbito do estudo da motivação(que se integra no capítulo «A emoção» do tema «Processos mentais»)enquadra-se  «A experiência de Mischel» , brevemente descrita na página 157 do manual «Nós de novo». 

Esta experiência psicológica, também conhecida como «Teste do Marshmallow»  foi levada a cabo por Walter Mischel(psicólogo austro-americano), sendo um importante projeto experimental que pretendia avaliar o autocontrolo e a capacidade das crianças adiarem gratificações.  Foi realizado na década de 1960, época em que Mischel deu início a um dos mais célebres estudos no âmbito da motivação.

As experiências de Mischel implicavam o seguinte desafio: Uma criança de 4 anos é levada por um adulto para uma sala. Passado algum tempo, o adulto diz à criança que  precisa de se ausentar por um certo tempo( normalmente entre 15 a 20 minutos). Era apresentado à criança 1 marshmallow( ou outra guloseima) e era-lhe dito que se conseguisse esperar pelo regresso do adulto ganharia um prémio composto por 2 marshmallows(ou outras guloseimas). Caso não consiga esperar , ganhará apenas 1 guloseima( de forma imediata) e não terá direito à outra, que seria uma recompensa pela espera. Depois do acordo, o adulto abandona a sala, deixando perto da criança a guloseima que esta poderá comer se preferir a gratificação imediata. Assim sendo,  se não conseguissem esperar e ter  autocontrolo , não receberiam a recompensa mais desejável.

Neste cenário, surge a pergunta: «Qual a probabilidade de uma criança de 4 anos resistir?», demonstrando os resultados que são poucas as que conseguem, de facto, abstrair-se durante 15-20 minutos de modo a resistirem à tentação de comer a guloseima de imediato. A maioria das crianças( duas em cada três) apoderou-se da única guloseima( algumas logo após a saída do adulto da sala). Quantos às crianças que conseguiram vencer a tentação, utilizaram estratégias de autoproibição e de autodistração para o fazer ( por exemplo: tapar os olhos para evitar o contacto visual com a guloseima, falar sozinhas, cantar, tentar dormir, olhar para o teto, etc.), sendo que estas estratégias indicam que o autocontrolo tinha mais que ver com estratégia e esforço consciente do que com um comportamento natural das crianças, o que reforça a importância do papel da motivação no comportamento humano( estas crianças conseguiram completar o desafio porque estavam motivadas pela ideia de obter 2 guloseimas em vez de 1).

Estudos posteriores ao realizado por Mischel mostraram que a capacidade de adiar a gratificação durante o tempo de espera imposto é influenciada por um processo de tomada de decisão racional em que o grau de fiabilidade do ambiente é tomado em consideração, ou seja , as crianças parecem aguentar mais tempo se o ambiente em que a experiência é realizada lhes parecer de confiança.

Mischel acompanhou alguns dos seus participantes originais do teste do marshmallow e , assim, descobriu algo surpreendente. Aqueles indivíduos que foram capazes de adiar a gratificação durante o teste do marshmallow quando eram crianças, tornaram-se jovens com melhores resultados escolares, maior fluência verbal, atenção, confiança em si, capacidade de planear e de antecipar e menos probabilidade de perder o controlo em situações de stress do que as crianças que revelaram menos capacidade de resistência no teste do marshmallow.

Com esta experiência, podemos concluir que a capacidade de adiar a gratificação está relacionada com o autocontrolo e com a motivação, sendo que esta capacidade influencia o sucesso académico, pessoal e profissional a longo prazo. A motivação pode ser apresentada como o processo interno que impulsiona, direciona e sustenta o comportamento de um indivíduo em função de objetivos, sendo o que nos leva a agir, seja para satisfazer uma necessidade, alcançar um desejo ou responder a estímulos externos. 

Em suma, esta experiência mostra que a capacidade de controlar impulsos está relacionada com uma motivação mais orientada para objetivos futuros, sendo que quem consegue adiar a gratificação demonstra maior persistência e foco em resultados a longo prazo. 

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